sexta-feira, março 19, 2010

Internet se transforma em Tribunal e internautas viram jurados do caso Isabella

Internet se transforma em Tribunal e internautas viram jurados do caso Isabella

19/03 - 10:55 - Lecticia Maggi, iG São Paulo


Ao digitar Isabella Nardoni no Google aparecem quase 700 mil resultados para a busca. No Orkut, passam de mil as comunidades que debatem a morte da menina. A discussão chegou a blogs, sites e, mais recentemente, ao twitter, onde o “Caso Isabella” e o “Justiça Justa” acumulam quase 2 mil seguidores em pouco mais de um mês de existência. Pela primeira vez, o Brasil acompanha tamanha mobilização em torno de um crime.  


Reprodução
Blog mostra fotos do casal com Isabella
Nem mesmo a morte de João Hélio, que ficou preso ao cinto de segurança do carro da mãe durante um assalto em fevereiro de 2007, no Rio de Janeiro, e foi arrastado por mais de sete quilômetros, despertou tantos sentimentos. Na internet, pessoas que dizem nunca ter tido qualquer contato com a família de Isabella e dos acusados, Alexandre Nardoni (pai da menina) e Anna Carolina Jatobá (madrasta), exercem papel de detetives e juízes do caso. A reportagem do iG entrou em contato com três pessoas que acreditam que o casal Nardoni é inocente e três que consideram-nos culpados. Para defender seus pontos de vista, elas não medem esforços. Algumas, passam mais de duas horas diárias na internet em função disso.
A artesã Maria Goretti Guimarães, de 56 anos, é uma delas. Ela participa de quatro comunidades "Quem matou Isabela Nardoni?", "Eu defendo Alexandre Nardoni", "Justiça sim; Injustiça não" e "Contradições no caso Isabela" e conta que, diariamente, encontra-se pela web com pessoas que, como ela, acreditam na inocência de Alexandre e Anna Jatobá. “A internet é de suma importância em casos assim, ela fornece a ferramenta que precisamos para ir mais a fundo em algo que não conhecemos”, diz, e acrescenta que ela ajuda na mobilização. “Sem ela, não seria possível”, afirma.
Goretti criou o blog Caso Isabella Oliveira Nardoni e, por causa dele, estudou até mesmo como funciona o reagente Luminol, utilizado pela perícia no apartamento de onde Isabella caiu do 6º andar. “Aprendi que ele pode dar positivo para outras substâncias que não sangue. Estudei asfixia mecânica e, por isso, acho que não ela foi esganada”, conta ela, que também divulgou vídeos sobre o caso, sendo que um deles já ultrapassou os 30 mil acessos.
Por que tanto esforço? “Porque acredito que nada fizeram, não sou defensora de assassinos. Se um dia for comprovada a culpa, sem sombra de dúvidas, que paguem com os rigores da lei por tamanha barbárie”, justifica.

Arquivo
Isabella morreu no dia 29 de março de 2008, após cair da janela do 6º andar
As contradições no processo são os motivos que a assistente social Paula da Silva Pereira, de 45 anos, alega para defender o casal. Criadora do twitter "Justiça Justa", que tem 450 seguidores (até dia 18), prega a inocência do casal e o utiliza para divulgar o blog Nardoni Isabela Nardoni. Nele, publica reportagens divulgadas na imprensa, laudos e entrevistas que supostamente mostram erros da investigação e da perícia.
“Há poucos dias do julgamento, as apelações psicológicas para incriminar ainda mais o casal e levar a população ao clamor público continuam indiscriminadamente”, diz o blog. Em entrevista ao iG, Paula nega relação com a família dos acusados e diz que apenas neste último mês entrou em contato, por telefone e e-mail, com Antônio Nardoni, pai de Alexandre. O motivo da dedicação, diz ela, é mostrar o “outro lado da história”. “Quando foi marcado o júri estava na hora de perdermos o medo e darmos um grito por Justiça”, afirma.
O médico aposentado Carlos Souza Goulart, além de fazer parte de diversas comunidades, criou o blog Acreditamos no Casal Nardoni, que possui diversas fotos de Alexandre Nardoni e Anna Carolina com Isabella. Nelas, eles aparecem felizes em festas e situações típicas de uma família harmoniosa.
Goulart conta que aprendeu a usar o Orkut com a ajuda dos netos e, no começo, achava que era apenas “brincadeira de adolescentes”, mas percebeu “estar muito errado”. Hoje, no blog, diz reunir pessoas de diversos Estados do Brasil e até uma amiga que acompanha o caso do Japão. “Algumas pessoas nunca se olharam, mas temos aqui um canal pra compartilhar informação”, diz.
Acreditam na culpa do casal
Mais do que participar de sites e comunidade, a advogada mineira Juliana Campos, de 38 anos, também investiga a morte de Isabella. Com a ajuda de amigas, conseguiu cópias de laudos e partes de depoimentos prestados pelo casal e por testemunhas. No post de quinta-feira, há um trecho do depoimento de Anna Carolina, onde ela conta que brigava muito com o marido. Há ainda fotos e vídeos que podem ser vistos no Blog Caso Isabella Oliveira Nardoni.

Reprodução
Blog Caso Isabella mostra provas contrárias ao casal
“A gente buscou pesquisar o assunto para também ser responsável por aquilo que publica. Eu acho que falta ao brasileiro se posicionar diante das coisas”, explica. Juliana, que acredita veementemente na culpa do casal, conta que, diante da polêmica sobre a esganadura ou não da menina, enviou fotos dos ferimentos e cópias de laudos para peritos de outros Estados, que nada tinham a ver com o caso. “Todos foram unânimes em dizer que houve esganadura”, afirma.
O interesse pelo caso saiu, inclusive, do mundo virtual. Agora, sempre que pode, Juliana encontra-se pessoalmente com as amigas que fez pela internet em São Paulo e no Rio Janeiro, que hoje ajudam-na a manter o blog. Diariamente, dedica pelo menos duas horas ao caso, entre pesquisas, entrevistas e atualizações
Uma das amigas de Juliana, a agente de viagens Andréa Ramos, de 40 anos, conta que o fato de ter uma filha de 6 anos a sensibilizou ainda mais com o crime. “Olho para ela dormindo e penso na Ana Carolina (mãe) que não vive mais esses momentos mágicos”, afirma.
Diariamente, de hora em hora, ela atualiza sites e blogs dos quais faz parte. “Acompanhei todos os andamentos do processo”, diz. A motivação, explica, é o “desejo de que não haja mais um caso de impunidade”.
Para ela, além do caso em si, que considera “chocante”, a internet foi fundamental para disseminar o debate. “Acompanhei também o caso da rua Cuba e da Daniela Perez, mas na época não tínhamos as ferramentas que temos hoje. As pessoas só liam as reportagens, hoje elas podem opinar e discutir”, ressalta.
A empresária catarinense Diana Rosa, de 39 anos, diz que começou a acompanhar o caso já no dia seguinte à morte de Isabella. “Leio tudo e no começo torci para que não fosse o casal, mas acho que todas as provas apontam para eles”, explica.
Diana ainda se espanta com o clamor público que o caso criou. “A população exigiu, foi às ruas, se mobilizou e as autoridades corresponderam”, diz, e acrescenta que a real importância deste julgamento deve ser percebida mais a frente.
Para elas, pelo bem ou pelo mal, o caso Isabella já se mostra como “um divisor de águas” na Justiça Brasileira.
Leia também:
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2010/03/19/internet+se+transforma+em+tribunal+e+internautas+viram+jurados+do+caso+isabella+9433221.html

12 comentários:

  1. nossa não da p/ acreditar no inocência deles, tudo é muito evidente.é um requinte de crueldade. dói só de pensar.

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  2. César Tralli, repórter que fez a coberura do caso Isabela Nardoni, afirmou ao programa “Entre Aspas”, da GloboNews, o seguinte: “não existe prova cabal”.

    Esse processo teve um desenrolar muito estranho.

    Hoje, por exemplo, leio que uma brasileira e sua filha de quatro anos cairam de prédio na Argentina. Ambas ficaram gravemente feridas.

    Lembro que há exatos dezenove anos o filho do cantor Eric Clapton com a atriz Lori Del Santo, Conor, morreu aos quatro anos. Ele caiu no 53º andar de um prédio. O fato inspirou Clapton a compor a música “Tears in Heaven”. A propósito, a defesa bem que poderia explorar o recurso audiovisual no julgamento.

    Houve uma morte, mas seguramente não foi um homicídio triplamente qualificado. Há várias vertentes para a acusação. E isto evidencia justamente a incerteza do promotor.

    O advogado Leopoldo Heitor foi julgado quatro vezes . Passou 9 anos na prisão, até ser absolvido por júri popular. O corpo da vítima, Dana de Teffé, nunca foi encontrado.

    Cito ainda o caso dos Irmãos Naves. Como se sabe durante o Estado Novo os Naves foram presos e condenados por um crime que não cometeram. A “vítima apareceu” anos depois.

    Como se vê, exemplos de pessoas condenadas sem provas cabais não faltam.

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  3. Eles são culpados simmmmm!!! vc defende ele pq não foi com alguém q vcs amam. E outra contra a fatos não ha argumentos!!! q nojo me dar d vcs!!! Defensores de asassinos!!!

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  4. só um comentário...O que me deixa impressionada não é o assassinato em sim pq crimes horríveis acontecem a cada instante no mundo, o que me dói é ver como caminha a humanidade, o ser humano vive torcendo pela desgraças dos outros, ninguem tem compaixão do outro, torce inclusive pela desgraças dos outros e até quem não comete o crime leva a culpa, como a familia do assassino por exemplo. Todo mundo esquece que nós estávamos todos condenados ao inferno eterno e um justo morreu e perdoou um mundo inteiro por amos. Será que o mendo não seria melhor se ao invés da gente torcer pela desgraças dos outros torcer para que, mesmo cometendo um crime terrível, s gente torça peço arrependimento e uma nova vida dessa pessoa? Tudo bem que a justiça foi feita para ser aplicada ou não, mas daí ser feliz com tanta coisa ruim que acontece no mundo...

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  5. CONCORDO COM VC AÍ DE CIMA! É MUITO FÁCIL JULGAR E ACUSAR O PRÓXIMO, SENDO DIFÍCIL VER NOSSOS PRÓPRIOS ERROS DIÁRIOS. EU ME ENVOLVI COM UM RAPAZ DENTRO DA EMPRESA EM QUE TRABALHÁVAMOS E INFELIZMENTE ELE VEIO A ROUBAR O CELULAR DE UM COLEGA DE TRABALHO. ELE FAZIA VÁRIAS LIGAÇÕES PRA MIM E TODAS ELAS CAIAM( PQ O CHIP ESTAVA SENDO RASTREADO), E EU NÃO SABIA DE NADA.ME CONDENARAM, ME CHAMARAM DE LADRA TODO O TEMPO. SÓ QUEM SABIA DA MINHA INOCÊNCIA ERA DEUS E EU !!!
    POR ISSO AFIRMO "NÃO JULGUEIS PARA QUE NÃO SEJAIS JULGADOS"
    MEU EMAIL: monicamarins1@hotmail.com

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  6. Eu prefiria errar por não condenar esse casal pois não há prova cabal, doque condenar por impulso,e conviver com remorso de ter aumentado mais ainda a desgraça dessa família, pois a família sao tambem os avos, os tios,irmãos....-Eles não estão condenando!-Será que o avo Nardoni é menos avo?Não creio que a família iria ser conivente com tal barbari!

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  7. Esse Cesar Tralha é um idiota mesmo. Usa a rede globo pra defender os Nardoni descaradamente. Será q ele é irmao de um deles ? Só assim mesmo pra defender tanto a culpa dos acusados. Se liga Tralha. Bem feito pra vc por ser ridicularizado ao vivo pelo papagaio de pirata. Mostrou o respeito q as pessoas de voce.

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  8. A palavra de Deus diz:
    Não julgueis, para que não sejais julgados...
    Não concordo com todo esse sensacionalismo que a midia esta fazendono caso de Isabela Nardone.
    Se agente for realmente tirar um grande exemplo é o caso Narcisinho (Tio que supostamente teria matado o sobrinho). Ele foi julgado e condenado pela midia e pela população, no final das contas ele era ou melhor ele é inocente mais a midia nao tocou mais no assunto. parem e pensem quantas isabelas nardone morrem todos os dias e a impressa da tanto destaque a esse caso.
    vcs nao axam que tudo que vcs estão procurando é algo ou alguem para atirar pedras?
    cada um olhe para dentro de si e faça essa analize.

    Sérgio Ricardo - serjao_valeu@hotmail.com

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  9. Se não foram eles,quem foi?Ou será que a menina resolveu pular da janela?Houve a terceira pessoa?IMPOSSÍVEL ISSO!São assassinos,frios,cruéis!Vão pagar pelo que fizeram!

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  10. A polícia paulista ao invés de procurar o culpado, resolveu da forma mais simples, arranjou um culpado, no caso o casal, afinal, um caso de tamanha repercursão sem solução, iria fazer com que "cabeças rolassem" não?

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  11. e verdade o casal pd ser inocente

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  12. Ela se foi mais é ainda um anjo.
    Quando eu olho os vidios dela com as fotos dela eu começo a chorar.

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