quarta-feira, agosto 25, 2010

“Por que acreditei e ainda acredito na inocência do casal Nardoni” - Carlos da Terra

Escrito por Carlos da Terra


segunda, 29 março 2010


Leia as ponderações do escritor Carlos da Terra sobre o 'Caso Isabella'.


Tudo consumado, o casal foi condenado pela sociedade brasileira, restando inúmeros pontos que não se conseguiu unir.


Muitos dizem que é assim mesmo e até citaram o caso PC farias, mas na verdade aquele caso foi muito diferente porque envolvia muitos interesses financeiros, governamentais e até mesmo, possivelmente, de segurança nacional.


Quando é assim, sabemos que há muitas pressões, e meios não tão ortodoxos para ocultar ou mascarar um caso.


O caso que envolveu a menina Isabella Nardoni não tem essas implicações e se caracteriza como um crime passional.


Eu acredito que o futuro, até bem próximo, nos revelará o assassino e então muitos hipócritas dirão que “disseram isto” ou que “não disseram aquilo”, para uma vez mais, fugirem à sua consciência.


Como esse assunto, tão desagradável, já se estendeu por tão longo tempo, procurarei ser sucinto, tanto quanto possível, à fim de, como sempre, buscar a verdade apenas, e não o de prevalecer sobre outras opiniões, de modo tolo e irresponsável.


Sinto-me no dever de explicar minha posição!


Cabe aqui uma observação importante:


Acusam-me de “defender o casal”, o que absolutamente não é verdade.


Eu, como muitos, apenas busco a verdade e não conheço ninguém ligado ao casal e nem eles ou qualquer outra pessoa me pediu essa “ajuda”. Falo por mim; pelo que pude perceber sobre esse trágico e indesejável acontecimento para a sociedade brasileira.


O crime, que tem todas as características de ter sido planejado e articulado por longos anos, teve seu julgamento alicerçado quase que exclusivamente por um laudo pericial. Pode-se afirmar, sem medo de erro, que o laudo condenou o casal, embora, é claro, a responsabilidade da sociedade não fique nem um pouco diminuída, porque a sociedade “escolheu” o laudo como alavanca para a condenação.


À meu ver, o laudo, que é peça importante, deveria ser usado como fonte adicional e complementar para o raciocínio e não como visão totalitária, como foi.


Foi dado à ele um caráter “cientificiesco” ou seja, deu-se lhe uma aparência de ciência, mas na verdade o método científico foi ultrajado em seus pressupostos fundamentais.


Deu se lhe um caráter cinematográfico muito parecido com a série americana CSI, mas carente de bases culturais pertinentes à nossa cultura.


Um desses pressupostos é que a ciência despreza do princípio da autoridade e fundamenta suas conclusões em dados rigorosamente observados e provados, mas também, a própria ciência, sempre se declara “não portadora absoluta da verdade”, deixando sempre uma margem de erro.


O que parece, as pessoas envolvidas, em nome do próprio laudo, o subverteram e o transformaram em carrasco contra o casal, no afã exclusivo de “achar logo” um culpado para o tenebroso crime, que, por sua vez, não é menos tenebroso do que o da Raquel, no Paraná, que foi encontrada mutilada, dentro de uma mala. Até hoje laudo nenhum trouxe o assassino à baila




1) O motivo do crime

Para mim, efetivamente, não foi apresentado o motivo do crime. Nem pela polícia e nem pelo ministério público.

Eles disseram que o motivo do crime foi “ciúme”.

Ocorre que em termos científicos, como se pode ver em “Science and human behavior” edição de 1970, ciúme, raiva, medo, coragem e outras emoções e termos descritivos não podem ser usados como motivo de ação por descreverem uma gama de ações que já foram desencadeadas e não expõem, por elas, os seus motivos.


Em outras palavras. Do ciúme, por exemplo, se pode observar as expressões e ações da pessoa de onde ele é inferido, mas, o estabelecimento de relação causal é por demais complexo e insustentável.


Podemos dizer que muitas pessoas matam por ciúme, enquanto outras muitas também se matam por ele e outras se calam e absorvem o sofrimento e ainda outras se isolam e definham.


Para dizermos que uma atitude foi “causada” pelo ciúme, teremos invariavelmente, que apontar o evento desencadeador do mesmo e ao fazer isso, o elo intermediário e meramente interpretativo, chamado ciúme, perde a razão de ser citado


Simplificando...


Teríamos que dizer qual o evento observável e mensurável que determinou o desencadeamento do ciúme da Jatobá, como se inferiu.


Digamos que se diga que a menina disse que amava sua mãe e isso então foi o evento desencadeador.


SE isso acontecesse o motivo seria “ela ter falado que amava sua mãe” e não o ciúme, como se aventou. O elo inferido perde a razão de existir, enquanto que ele sozinho, não é absolutamente nada


Portanto para mim, e de acordo com a ciência, não foi apresentado o motivo do crime\\\


2) a execução do crime e a deficiente defesa do casal


Na próxima edição apresentarei todos os outros argumentos para que não seja muito cansativo aos leitores aos quais eu peço, de antemão, que tenham paciência e generosidade deixando-me concluir para só então, concordarem ou atirarem pedras. Afinal você e eu, leitor, não queremos outra coisa senão a verdade


Fonte: http://www.itapedigital.com.br

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